No final do século XIX a Itália vivia
momentos de incerteza devido aos conflitos existentes pela sua unificação. A
fome e as doenças começaram a afetar a população, principalmente as que viviam nas montanhas em pequenas
propriedades. As famílias que não possuíam terras aproveitavam a
oportunidade para emigrar para a América em busca de uma vida melhor.
Numa manhã de inverno rigoroso no ano
de 1887 se deslocou de ASOLO, província de Treviso (Itália) até o porto de
Genova a Família de Stefano Frassetto.
Naquele porto distante encontravam-se
mais de 100 famílias provenientes de várias regiões da Itália, principalmente
das províncias de Belluno, Treviso, Longarone, Bergamo e Ferrara, todos com os
mesmos anseios de chegar na América.
Durante a viagem de navio a vapor que
durava cerca de 36 dias, as famílias que estavam acomodadas no convés e nos
porões dos navios para atravessar os mares com destino ao Brasil perderam
filhos, muitos nasceram, casaram-se, faleceram, por vários motivos entre eles a
desnutrição, a febre e outros males. Os corpos dos que faleciam em alto mar
eram atirados para fora o navio, pois não tinha como conserva-los para
posterior sepultamento. Há notícias de que Maria Luigia Serafim esposa de Stefano
Frassetto morreu na viagem e foi atirada ao mar.
O Brasil por sua vez também vivia
momentos de conflitos que por exigência da potência da época a Inglaterra, teve
que parar de importar escravos que vinham da África, nesse período havia a
crise do escravismo e surgia a opção pela imigração.
Juntando as necessidades a Itália
facilitou a saída de seus cidadãos e o Brasil aceitou sua entrada, também para
resolver os problemas da falta de mão de obra escrava nas lavouras de café e
cana de açúcar. Essa foi a intenção contestada duramente pelos italianos que emigraram com o anseio de serem
donos de suas terras.
Os parentes que ficaram por não terem
condições físicas e financeiras para a viagem desejavam sorte aos que partiam,
no caes do porto os parentes diziam “chape, chape a la Montagna per lavorar”,
pois assim achavam que ficariam protegidos como era na Itália.
Desembarcaram no Porto do Rio de Janeiro
no dia 03 de Janeiro de 1888, Stefano Frassetto nascido na Itália em 13/09/1843
e Maria Luigia Serafim (faleceu durante a viagem) e seus cinco filhos:
·
Amália
Frassetto (30/03/1868)
·
Giacinto
Frassetto (03/04/1871)
·
Giuseppe
Frassetto (20/05/1873)
·
Luigi
Frassetto (01/07/1875)
·
Antônio
Frassetto (1877)
Após a Triagem que era feita pela Companhia
de Imigração, os imigrantes que
vinham para o sul do Brasil eram deslocados até Desterro (Florianópolis)
onde ficavam alojados em um abrigo para imigrantes por um período de até 40 dias. Depois seguiam de
barco até Laguna de Laguna até Tubarão, depois para as Colônias em Azambuja e
Urussanga.
Stefano e seus filhos se instalaram na
colônia em Urussanga depois de adquirirem um lote de terras para trabalhar, em
uma localidade hoje chamada de Rio Carvão, onde construiu uma casa para
acomodar sua família. Depois de anos morando na localidade os filhos casaram-se
e saíram de casa cada um para uma localidade
próxima, ou para outras colônias.
Hoje a Família Frassetto,
com muito orgulho, faz parte da história da colonização deste Estado!
Fonte: Pesquisa e texto
Juarez César Frassetto
Florianópolis - SC